Market making: como é aplicado no mercado de ações?

O market making é uma estratégia fundamental no mercado financeiro, principalmente no que se refere à liquidez. Nesse sentido, é importante entender como ele funciona no contexto de negociação de papéis.

Com essa compreensão, os investidores podem tomar decisões mais informadas e estratégicas em suas operações na bolsa de valores. Isso pode incluir a avaliação da disponibilidade de liquidez para determinados ativos, por exemplo.

Quer entender o que é o market making e como ele é aplicado no mercado de ações? Continue a leitura e confira!

O que é liquidez de mercado?

Para entender o que é o market making, é essencial ter a compreensão exata do que é a liquidez de mercado e como a oferta e a demanda a afetam. Na prática, ela se refere à facilidade e velocidade em que um ativo financeiro é convertido em dinheiro disponível para uso.

Desse modo, quanto mais alta for a liquidez, mais rápido e fácil é resgatar ou vender um investimento. Da mesma forma, quanto mais baixa é a liquidez, mais difícil e lenta é a conversão da alternativa em dinheiro.

Um dos fatores que influenciam a liquidez de um investimento, principalmente aqueles de renda variável, é a lei da oferta e demanda. Assim, quando um ativo tem bastante procura, a sua liquidez é elevada, pois há muitos interessados em comprá-lo, facilitando a venda.

Já quando o investimento não tem tanta procura por parte dos investidores, a sua liquidez é baixa — porque é mais difícil conseguir vendê-lo pelo preço desejado.

O que é market making?

Entendendo o que é a liquidez de mercado, você pode compreender melhor o que é o market making. Afinal, essa estratégia é utilizada por empresas listadas na bolsa de valores, emissoras de debêntures e outros investimentos com objetivo de melhorar a liquidez das alternativas que elas disponibilizam. Para tanto, a abordagem consiste em oferecer simultaneamente a compra e a venda de um ativo, estabelecendo uma cotação mínima e máxima. A estratégia pode ocorrer na renda fixa ou variável.

O objetivo é ter maior controle sobre a volatilidade dos preços nos casos de ativos com menor liquidez.

Ao realizar a movimentação desses ativos, o market making proporciona liquidez às alternativas, já que as negociações delas crescem no mercado — oferecendo benefícios ao investidor.

Vale destacar que o market making surgiu em uma época em que a bolsa de valores brasileira, a B3, apresentava pouca liquidez para as negociações. Como consequência, os investidores tinham dificuldade de negociar, o que podia gerar investimentos pouco satisfatórios para eles.

Com a estratégia, o mercado financeiro pôde se beneficiar de uma maior fluidez nas transações e um ambiente de negociação transparente.

Como ele funciona?

Agora que você já sabe o que é a estratégia de market making, é o momento de entender como ela funciona. Para isso, vale conhecer os elementos que compõem essa abordagem.

A seguir, entenda como o marketing making é composto!

Market makers

Você viu que os market makers são os participantes do mercado que se comprometem a manter ofertas de compra e venda de um investimento. Eles podem ser bancos, corretoras e instituições financeiras contratadas para essa função.

Dessa forma, os market makers atuam como contraparte para os investidores, comprando quando não há compradores suficientes e vendendo quando não há vendedores o bastante. Isso ajuda a manter o fluxo contínuo de negociações no mercado.

Outro ponto é que os market makers estabelecem uma faixa de preço para comprar e vender determinado ativo. Essa definição ajuda a reduzir a volatilidade nos mercados, especialmente para investimentos com baixa liquidez, fornecendo maior estabilidade para os investidores.

Remuneração

A remuneração do market maker pode acontecer por meio de pagamento direto da empresa contratante. Porém, a principal forma de ganhar com essa abordagem é por meio do spread. Ou seja, na venda do ativo por um preço maior do que o pago por ele.

Regulamentação

O market making é regulamentado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Logo, os market makers devem seguir regras específicas de atuação que visam certificar que os investidores não sejam prejudicados nas transações.

Essa regulação pretende garantir a integridade, eficiência e transparência do mercado de valores mobiliários no Brasil, e protege os investidores contra práticas abusivas e manipulativas.

Como ele é aplicado no mercado de ações?

Você viu que o market making é um agente que gera liquidez para o mercado. No caso das ações, ele atua especialmente em papéis de empresas de médio porte ou com menor volume de negociação, já que a tendência dos investidores é buscar ativos de companhias maiores.

Desse modo, as ações menos negociadas apresentam menor liquidez, o que pode afastar os investidores que estavam interessados. Nesse caso, as emissoras do papel costumam contratar market makers para garantir a negociação desse ativo, aumentando a confiança dos compradores.

Afinal, os interessados sabem que haverá uma contraparte disponível para suas negociações, mesmo em momentos de baixa liquidez. Isso pode encorajar mais investidores a participarem do mercado, aumentando assim o volume de negociação e a liquidez geral.

Além de fornecer liquidez, o market maker atua na redução da volatilidade do preço dessas ações. Em momentos de baixa procura de um ativo, as cotações podem oscilar rapidamente, em resposta a pequenas transações.

Nesse caso, o agente pode absorver essas operações e suavizar os movimentos de preço, tornando o mercado mais estável e previsível. Para o investidor, considerar a presença de market making em um ativo pode ser um fator importante na hora de investir.

Ao tomar decisões de investimento em uma ação que inicialmente não possui boa liquidez, a presença do market maker pode ajudar a mitigar o risco de liquidez associado a esse papel. Logo, ela proporciona ao investidor maior convicção da capacidade de negociar suas posições quando desejar.

Conclusão

Neste artigo, você entendeu o que é o market making e como os agentes dessa estratégia contribuem para melhorar a liquidez do mercado. Agora, é possível utilizar esses conhecimentos no momento de tomar decisões mais informadas de investimentos.

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