Investidor qualificado e investidor profissional: quais as diferenças?

Pessoas que investem no mercado financeiro geralmente tomam decisões baseadas no tripé de investimentos: segurança, rentabilidade e liquidez. Mas esses fundamentos não são os únicos a serem considerados no momento de investir.

Isso porque há oportunidades que só podem ser acessadas por quem é investidor qualificado ou investidor profissional. Apesar de haver algumas semelhanças entre as duas classificações, é importante saber por que essas denominações existem e os aspectos que as diferenciam.

Caso você deseje saber sobre o assunto, continue a leitura e descubra mais sobre o investidor qualificado e o investidor profissional!

O que são um investidor qualificado e um investidor profissional?

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é a autarquia que estabelece as diretrizes do mercado de valores mobiliários no Brasil, incluindo a classificação dos investidores.

A seguir, veja quais são elas, com base nas regras definidas pela entidade!

Investidor qualificado

Para um investidor ser considerado qualificado, a autarquia determina que a pessoa física ou jurídica tem que possuir, no mínimo, R$ 1 milhão em investimentos financeiros em próprio nome.

Para ser classificado dessa forma, é necessário ter uma declaração por escrito, chamada Termo de Investidor Qualificado. Esse documento serve para o investidor declarar que ele atende aos requisitos em relação ao patrimônio investido.

Dependendo da instituição financeira, não é preciso comprovar o valor aportado. Porém, apresentar informações incorretas somente para obter a classificação pode gerar penalidades.

Outra maneira de ser um investidor qualificado é obter uma das certificações definidas da CVM. Elas são obtidas por meio de provas de instituições autorizadas, como a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (ANBIMA).

Com a aprovação no teste, o indivíduo indica que ele tem entendimento sobre o mercado financeiro. Logo, ele pode ter acesso a alternativas específicas, sem ter que se limitar por aquelas disponíveis para o público geral.

Vale ressaltar que as certificações precisam ser renovadas periodicamente, portanto é necessário se comprometer com a educação continuada. Nesse contexto, também pode ser necessário pagar uma taxa de anuidade se o objetivo for manter o registro ativo, a depender da certificação.

Investidor profissional

Após entender quem é classificado como investidor qualificado, é interessante saber quais são os atributos para ser considerado um investidor profissional. Segundo a Instrução CVM n.º 554, essa classificação se refere às pessoas físicas ou jurídicas que possuam R$ 10 milhões ou mais em investimentos no mercado financeiro.

Aqui, também é preciso ter a declaração afirmando o cumprimento da condição. Ainda, a CVM tem outras particularidades para considerar investidores profissionais.

Além do potencial financeiro, ela enquadra nessa classificação:

  • profissionais certificados do mercado financeiro, como assessores de investimento;
  • fundos de investimento;
  • seguradoras e sociedades de capitalização;
  • clubes de investimentos gerenciados por administradores autorizados;
  • instituições consentidas a funcionar pelo Banco Central (Bacen);
  • investidores não residentes no Brasil;
  • administradores de carteira, agentes autônomos de investimento, consultores e analistas de valores mobiliários autorizados pela CVM.

Nesse sentido, cada condição tem exigências específicas a cumprir — como é o caso de um fundo de investimento ou um investidor não residente. Estando nessa classificação, é possível ter acesso a um número maior de alternativas para investir no mercado financeiro.

Quais são as diferenças entre os dois tipos de investidor?

Após conhecer os conceitos e as exigências das duas classificações, você pode analisar as divergências entre os investidores qualificados e os investidores profissionais. A principal delas se baseia no critério para conseguir o enquadramento.

Como você viu, o valor investido que é exigido é maior no caso dos investidores profissionais. Por causa disso, todo investidor considerado profissional também é considerado qualificado — mas o contrário não é verdadeiro.

Em comum, há o fato de que aqueles que fazem parte dessas classificações, em regra, possuem maior entendimento técnico sobre as oportunidades de investimento. Assim, as limitações em relação ao acesso a determinadas oportunidades servem para preservar os investidores em geral.

Na prática, elas evitam que investidores iniciantes aloquem seus recursos em alternativas muito arriscadas sem ter o conhecimento para isso, por exemplo.

Quais são os investimentos disponíveis para cada tipo de investidor?

Agora que você possui uma visão geral dos dois tipos de investidores, é o momento de aprofundar seus conhecimentos. Para tanto, é interessante descobrir quais são as alternativas de investimentos restritas a eles.

Entre as opções disponíveis e exclusivas para ambos os casos é possível citar:

  • determinadas debêntures incentivadas;
  • alguns certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) e do agronegócio (CRAs);
  • fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs);
  • fundos de investimento no exterior (FIEXs);
  • fundos imobiliários (FIIs) com oferta sem prospecto, integralização de cotas sem laudo e direitos econômicos distintos;
  • fundos mútuos de investimento em empresas emergentes (FMIEEs);
  • fundos de investimento em participações (FIPs).

Para os investidores profissionais, especificamente, existem algumas alternativas ainda mais restritas, como as notas promissórias sem prospecto.

No geral, os investimentos e fundos possuem alto nível de risco ou necessitam de investimento inicial mais elevado. Devido a isso, vale ler as regras dos títulos e as lâminas dos fundos para descobrir a quem eles se destinam.

Ainda, antes de aproveitar qualquer uma das alternativas, é fundamental definir o perfil de investidor e os objetivos financeiros tanto como investidor qualificado ou profissional. Assim, é possível avaliar a tolerância ao risco e identificar quais investimentos serão mais adequados conforme as necessidades e estratégias individuais.

Por que é importante conhecer as diferenças entre os conceitos?

Compreender quais são os investidores profissionais e qualificados é um passo relevante para quem lida com o mercado financeiro. Com essas informações, se você se incluir nas exigências da CVM é possível receber a classificação adequada e fazer movimentações com investimentos indisponíveis para o público amplo.

Além disso, quem trabalha nessa área consegue orientar melhor os clientes quando domina as classificações e conhece as possibilidades de investimento. Essa pode ser uma forma de apresentar mais oportunidades ao investidor e fazer com que ele conte com opções diversas para a carteira.

Neste artigo, você aprendeu as particularidades e diferenças entre investidor profissional e qualificado. Caso se encaixe nos critérios, vale solicitar a classificação e aproveitar alternativas mais restritas de investimento para incorporar à sua estratégia.

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