Jovens representam metade dos investidores da bolsa: saiba mais sobre esse perfil

Investir na bolsa de valores não é uma possibilidade apenas para pessoas mais experientes no mercado ou com mais capital disponível para movimentar. Também há muitas oportunidades para jovens investidores — os quais, inclusive, já têm uma participação expressiva no mercado.

O fato é que, ao longo dos últimos anos, o brasileiro demonstrou um maior interesse por investimentos, seja na renda fixa ou variável. Mas, mesmo com o crescimento desse contingente, ainda há margem para a entrada de novas pessoas — incluindo aquelas mais novas.

Neste conteúdo você entenderá mais sobre os jovens investidores da bolsa brasileira. Acompanhe a leitura!

O crescimento do mercado de investimentos no Brasil

Antes de falar diretamente sobre jovens, vale a pena destacar que o mercado de investimentos no Brasil está em pleno desenvolvimento. Em 2022, 36% da população investia, totalizando 60 milhões de investidores. O número representa um aumento de 8 milhões em relação a 2021.

Os dados fazem parte de avaliações da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA). Para 2023, a expectativa é de um novo crescimento de 5 pontos percentuais. É importante destacar que os números incluem renda fixa e variável.

Considerando apenas a bolsa de valores, a evolução ao longo dos anos é ainda mais expressiva. Para ter dimensão, em 2018, 700 mil pessoas físicas investiram na bolsa brasileira, a B3. Em dezembro de 2022, o número era de 5 milhões, indicando que houve 700% de aumento.

Outro destaque no mercado de investimentos é a saída de brasileiros da poupança. A caderneta foi, por anos, uma das aplicações mais populares do país. Contudo, seu rendimento baixo faz com que alguns meses tenham resgates recordes.

Com o maior interesse de brasileiros no mercado financeiro, há o surgimento de alternativas para investir. Na bolsa, por exemplo, foram criados os fundos de investimento nas cadeias produtivas agroindustriais (Fiagro), para investir no agronegócio.

Os investimentos alternativos, que estão fora do mercado tradicional, também cresceram. Entre os destaques estão os precatórios, os royalties musicais, as obras de arte, as criptomoedas e outros.

O posicionamento dos investidores jovens na bolsa de valores

O aumento do número de investidores no Brasil é muito impulsionado pelos jovens. Dados da B3 mostram que quase 50% dos investidores pessoa física no Brasil em 2023 tinham entre 25 e 39 anos. A segunda parcela mais representativa é a de pessoas entre 19 e 24 anos, com 22%.

De 2017 a 2020, houve um significativo aumento no número de pessoas entre 25 e 39 anos investindo. Em 2017, por exemplo, essa faixa etária representava apenas 28% das pessoas físicas investidoras.

Diversos motivos podem ser apontados para esse crescimento, como:

  • desenvolvimento da educação financeira: é mais fácil ter acesso a conteúdo sobre finanças e investimentos, inclusive nas redes sociais;
  • facilidade para investir: o processo de investir também ficou mais ágil, já que todo o processo pode acontecer diretamente pelo celular, com mais autonomia;
  • apetite ao risco: muitos jovens demonstram mais alto apetite ao risco, o que torna investimentos de renda variável mais chamativos.
  • foco no longo prazo: muitas pessoas já entendem que os investimentos ajudam a realizar objetivos, como aposentadoria, e que quanto mais cedo se começar, maiores são as chances de sucesso.

Outro público que está crescendo na bolsa de valores é o de crianças e adolescentes. Em março de 2020, havia 10 mil investidores com menos de 18 anos. Já em 2022 o número aumentou em 181%, totalizando mais de 30 mil pessoas.

Em relação à tecnologia, os jovens lideram esse movimento de digitalização, preferindo usar seus celulares para fazer operações, conforme Raio X do Investidor, da ANBIMA. Na geração Z (16 a 25 anos), 64% preferem o aplicativo do banco, enquanto entre os millennials (26 a 40 anos), essa preferência é de 57%.

Os tipos de investimentos mais realizados pelo público jovem

Assim como acontece com os demais grupos do mercado, os jovens não são homogêneos. Cada investidor tem diferente abertura ao risco, com aqueles mais conservadores priorizando investimentos previsíveis e investidores arrojados buscando ganhos altos.

Um elemento que ajuda a entender isso é o fato da geração Z e dos millennials serem o público que menos procura a poupança. Segundo o levantamento da ANBIMA, a caderneta é a mais buscada pelo público entre 41 e 75 anos.

Além do perfil, os objetivos tendem a ser diferentes conforme a realidade e as perspectivas do jovem. Muitos fazem movimentações pensando em comprar uma casa no futuro ou apenas rentabilizar o seu dinheiro.

Outros têm objetivos que consideram um horizonte ainda maior, como a aposentadoria. Diante de diversas discussões sobre o cenário da Previdência Pública no Brasil, pensar nesse longo prazo se tornou um processo importante na rotina de muitas pessoas — e elas começam a pensar nisso cada vez mais jovens.

Ainda, vale saber que as ações estão entre os investimentos mais comuns para os jovens no mercado financeiro. Com esses papéis, os investidores participam dos resultados de empresas na bolsa de valores e podem lucrar com a valorização dos ativos e recebendo renda passiva com o repasse de dividendos, por exemplo.

Os fundos de investimento também são alternativas comuns para o público. Dentre eles, há os fundos negociados na B3, como exchange traded funds (ETFs) e fundos imobiliários (FIIs) — ambos podem ser geradores de dividendos.

A organização financeira dos jovens para investir

Independentemente da idade, a organização financeira é o primeiro passo para fazer investimentos com estratégia no mercado financeiro. Então é preciso que o jovem saiba quanto dinheiro ganha e gasta todos os meses, para visualizar quanto pode economizar e investir.

Depois, é preciso ter metas claras, para o curto, médio e longo prazo — como aposentadoria, comprar uma casa, investir na educação e pontos semelhantes. O entendimento sobre a tolerância ao risco também será essencial.

Antes de começar a investir, é oportuno criar uma reserva de dinheiro equivalente a, pelo menos, 6 meses de despesas para emergências. Isso evitará que você precise se desfazer de investimentos em momentos de baixa, por exemplo, ampliando a sua segurança financeira.

Por fim, é fundamental se planejar para investir mensalmente. Mesmo começando com pouco dinheiro, os aportes mensais serão importantes para acelerar o acúmulo de capital — em especial para quem pensa no longo prazo.

Neste artigo, você viu que o mercado de investimentos e a bolsa de valores estão se popularizando no Brasil e há cada vez mais jovens investidores. Isso mostra que esse público entende a importância de colocar o dinheiro para trabalhar e não depender apenas da poupança.

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