O que é risco sistêmico e qual a sua relação com investimentos?

Todo investidor tem sua carteira exposta às oscilações do mercado. Mesmo que ele tenha um perfil conservador e opte por investimentos mais seguros de renda fixa, ainda poderá ter problemas em casos de eventuais crises.

Assim, o risco sistêmico e o não sistêmico são duas questões que uma pessoa deve conhecer para se proteger da volatilidade do mercado. Dessa maneira, será possível ficar mais atento aos contextos políticos, econômicos e mercadológicos ao realizar investimentos de qualquer classe.

Prossiga com a leitura deste conteúdo e saiba como o risco sistêmico pode impactar sua carteira de investimentos!

O que é risco sistêmico ou sistemático?

Existem situações capazes de afetar negativamente todos os setores do mercado financeiro ao mesmo tempo. A probabilidade desse tipo de acontecimento define o risco sistêmico, também conhecido como não diversificável.

Desse modo, o risco sistêmico é a possibilidade de um evento desestabilizar o sistema econômico em sua totalidade. Quando ele ocorre, todas as áreas interligadas da economia sofrem com a volatilidade dos recursos financeiros.

Entre os eventos que podem contribuir com os riscos sistêmicos, estão:

  • variação do dólar;
  • crises financeiras;
  • aumento da inflação;
  • conflitos bélicos entre países;
  • crises sanitárias globais;
  • crises políticas;
  • aumento das taxas de juros;
  • catástrofes naturais.

O principal exemplo de crise sistêmica que o Brasil enfrentou nos últimos anos foi a pandemia de covid-19. As preocupações referentes ao grau de periculosidade do vírus, agregadas as incertezas sobre os impactos globais do lockdown na economia, colocaram todo o planeta em uma crise financeira.

No Brasil, a pandemia de Covid e outros fatores como a variação do preço do petróleo foram responsáveis por quedas históricas do Ibovespa, preocupando os investidores. Apenas no mês de março de 2020, quando foi declarada a pandemia oficialmente, a bolsa de valores brasileira (B3) passou por 6 circuit breakers.

Entretanto, é preciso entender que os riscos sistêmicos não impactam só investidores que operam na bolsa. Isso porque quem investe em renda fixa ou em fundos de investimentos também expõe sua carteira a possíveis oscilações causadas por crises.

Qual a diferença do risco sistêmico para o risco não sistêmico?

Agora que você compreendeu o que é o risco sistêmico, vale a pena conhecer a diferença dele para o risco não sistêmico. O risco não sistemático envolve os problemas que, em vez de afetar todo o sistema econômico ou mercado, prejudicam apenas setores específicos da economia.

Nesse conceito, também conhecido como risco específico, a crise pode até afetar diferentes segmentos econômicos, mas não há impacto direto em outros setores. Então esse risco é considerado diversificável.

Veja exemplos de segmentos que podem sofrer com riscos não sistêmicos:

  • agronegócio: problemas climáticos e o surgimento de pragas podem prejudicar a produtividade e, como consequência, afetar o lucro das empresas do setor;
  • imobiliário: em um contexto em que oferta de imóveis se torna maior do que a demanda, os envolvidos no mercado imobiliário podem sofrer com a desvalorização das propriedades;
  • industrial: o aumento no valor de determinados insumos e matérias-primas pode diminuir a lucratividade de segmentos da indústria.

Como gerenciar esses riscos nos investimentos?

Após entender os conceitos de riscos sistêmicos e riscos não sistêmicos, você deve aprender como lidar com esses conceitos ao realizar investimentos. Afinal, saber analisar e, sobretudo, lidar com riscos do mercado é uma das características essenciais para que um investidor seja bem-sucedido.

Além disso, esses dois tipos de riscos de investimento têm características diferentes quando se trata de administrá-los.

A seguir, conheça as formas de gerenciar e prevenir cada tipo de risco!

Gerenciando o risco não sistêmico

O risco não sistemático pode ser reduzido a partir de estratégias específicas. Como ele ocorre em segmentos de mercado específicos, você consegue aumentar a segurança da sua carteira por meio da diversificação dos investimentos.

A estratégia consiste em evitar que todos seus recursos financeiros sejam investidos em uma única classe, mercado ou setor. Caso opere na bolsa de valores, por exemplo, procure variar nos ativos e nos segmentos das empresas que investirá

Assim, ao distribuir seus recursos em empresas de diversos setores, você dilui o seu potencial de perda em caso de crise em um dos segmentos. Também vale recorrer a outras classes e ativos para ampliar a proteção.

Gerenciando o risco sistêmico

Diferentemente dos riscos não sistêmicos, a gestão dos riscos sistêmicos é mais difícil de ser realizada. O motivo é que os riscos associados a eles interferem em todos os setores do mercado — tornando a diversificação de carteira uma forma de proteção insuficiente.

Sendo assim, independentemente da estratégia e conhecimento econômico, os investidores sempre estarão expostos a possíveis riscos sistêmicos. Isso ocorre porque muitas crises que afetam a macroeconomia são imprevisíveis mesmo para especialistas.

Além disso, como a tendência é que todos os setores e mercados sejam atingidos pelas crises, a diversificação dificilmente será suficiente para proteger o patrimônio. Ainda assim, vale destacar que existem maneiras de ter mais segurança ao investir, pensando no risco sistêmico.

Veja quais são as principais dicas!

Tenha investimentos a longo prazo

Ter uma carteira com investimentos de longo prazo é uma forma de proteger o seu dinheiro em casos de crises econômicas. O motivo para isso é a tendência de que, com o tempo, os mercados consigam se recuperar, reduzindo os impactos dessas oscilações nos resultados obtidos.

Dessa forma, você se expõe menos à volatilidade que o mercado financeiro pode sofrer a curto e médio prazo em períodos de crise.

Acompanhe o mercado

Ainda que não seja possível prever a ocorrência de situações que se encaixam no risco sistêmico, você pode ter uma reação mais rápida se estiver acompanhando o mercado. Por esse motivo, vale a pena se manter informado sobre questões econômicas, financeiras e de negócios.

A medida permitirá compreender melhor as oscilações do mercado e traçar estratégias que ajudem a superar esses momentos com maior tranquilidade.

Invista com a ajuda de profissionais

Outra opção para diminuir os problemas envolvendo os riscos sistêmicos é a busca por ajuda profissional na hora de investir. Você pode buscar um assessor de investimentos, por exemplo, para ter mais informações sobre as alternativas do mercado, o que ajuda a tomar decisões mais embasadas.

Neste artigo, você entendeu o conceito de risco sistêmico e de risco não sistêmico e viu que conhecê-los é fundamental ao investir no mercado financeiro. Ao saber como lidar com essas questões, você poderá tomar decisões melhores para o seu patrimônio.

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