Fundos de tijolo: conheça as principais características desse tipo de FII!

Investir com o foco no recebimento de renda passiva é um objetivo bastante comum no mercado financeiro. Uma das formas de atingi-lo se dá ao investir no setor imobiliário por meio dos fundos de investimentos imobiliários de tijolo.

O interessante dessa alternativa é que você, como investidor, não precisa ter um imóvel físico para receber a renda proveniente de sua venda ou locação. Entretanto, para verificar se esse tipo de investimento faz sentido para você, é válido conhecê-lo melhor.

Portanto, acompanhe neste artigo o que são os fundos de tijolo e conheça as suas principais características.

Boa leitura!

O que são fundos de tijolo?

Os fundos imobiliários ou FIIs são modalidades de investimento de renda variável encontrados na B3 (a bolsa de valores brasileira). Eles são compostos de capital de múltiplos investidores que possuem o interesse em investir no setor imobiliário e, para isso, adquirem cotas de participação.

O funcionamento desse fundo é semelhante ao de um condomínio. De um lado está o gestor, responsável pela administração do patrimônio do fundo. Do outro, estão os cotistas — que rateiam os custos envolvidos — em especial, a taxa de administração.

Existem diferentes tipos de fundos imobiliários e os principais são:

  • fundos de tijolo;
  • fundos de papel;
  • fundos de fundos.

Especificamente, os fundos de tijolo são aqueles que investem em imóveis físicos. Ou seja, o gestor e sua equipe montarão a carteira do fundo com oportunidades imobiliárias, como:

  • salas e prédios comerciais,
  • galpões de logística;
  • agências bancárias;
  • shopping centers;
  • hospitais;
  • terrenos;
  • entre outros.

As estratégias adotadas pelo fundo podem variar conforme o conhecimento e atuação do gestor. Isso significa que existem fundos com carteiras diversificadas e com diferentes tipos de imóveis, bem como fundos que investem em segmentos específicos ou em apenas um imóvel.

Quais são as principais características de um fundo de tijolo?

Após conhecer o conceito de fundos imobiliários e fundos de tijolo, é pertinente explorar as principais características desse veículo financeiro. Em geral, os FIIs de tijolo são criados sob a forma de condomínio fechado.

Nesse sentido, após a captação de recursos por meio de IPO (initial public offering), não são admitidos novos investimentos ou cotistas. Contudo, isso não impede que o fundo abra novas fases de investimentos e captação, por meio de ofertas públicas subsequentes (follow on).

Ademais, o cotista não pode solicitar o resgate antecipado das cotas. Caso um participante queira desfazer o investimento, ele precisará vender as suas cotas a outro investidor no mercado secundário. Ainda, apesar de serem fechados, esses fundos costumam ter prazo indeterminado.

Além desses pontos, veja outros aspectos importantes sobre FIIs de tijolo!

Rentabilidade

A rentabilidade de um fundo de tijolo normalmente é obtida com a compra e venda de imóveis ou terrenos para construção, bem como locação e arrendamento deles. Isso pode valorizar as cotas e, no caso de haver a venda delas com lucro, há o ganho de capital.

Para quem investe, também é possível obter ganhos pela distribuição de proventos. Conforme a lei que institui os FIIs, ao menos, 95% dos seus rendimentos devem ser distribuídos entre os cotistas a cada 6 meses.

Apesar de a obrigação ser semestral, é comum os FIIs se organizarem para realizar o pagamento mensal. Entretanto, é válido destacar que a distribuição é devida apenas se o fundo apresentar resultados positivos no semestre.

Tributação

No que diz respeito à tributação, os dividendos pagos são isentos de Imposto de Renda (IR) para pessoas físicas, desde que cumpridos os requisitos legais. Já sobre os ganhos com a venda de cotas incide IR em uma alíquota de 20%, independentemente do tipo de operação.

Nesse sentido, a alíquota de 20% incide sobre os ganhos de operações realizadas no mesmo pregão (day trade) ou em dias diferentes (operações normais). Vale destacar que não existe faixa de isenção.

O que analisar na escolha de um fundo de tijolo?

Quem deseja investir em fundos imobiliários precisa ficar atento a alguns fatores específicos. Descubra quais são os principais pontos de atenção!

Lâmina do fundo

A lâmina do fundo é o documento onde constam as principais informações sobre o FII. Ela é de divulgação obrigatória e por meio dela o investidor toma ciência dos objetivos do fundo, estratégias de atuação, taxas cobradas, entre outros pontos.

Histórico de rentabilidade

Um fator relevante a ser analisado é o histórico de rentabilidade do fundo. Ainda que os ganhos passados não sejam garantia de ganhos futuros, ao fazer essa análise você consegue identificar a qualidade da gestão.

Além disso, você identifica a sua política de distribuição de dividendos, a evolução do preço da cota com o tempo e a tendência dos preços. Dessa forma, é possível fazer projeções, elaborar e aplicar estratégias de investimento.

Taxa de administração

Como você viu, a taxa de administração é o principal custo de um FII. A sua cobrança é expressa em um percentual anual, mas o desconto ocorre mensalmente. Esse é um fator importante a considerar, uma vez que ele pode impactar nos seus resultados.

Composição da carteira

Antes de investir em FIIs, é fundamental conferir a composição de sua carteira. Isso porque, com essa análise, você poderá verificar a quantidade de ativos que o fundo investe para avaliar melhor os riscos envolvidos e o potencial de distribuição de dividendos.

Investir em fundos de tijolo vale a pena?

Sabendo agora o que são fundos de tijolo, como funcionam e o que avaliar antes de investir, talvez você queira saber se esse é um investimento que vale a pena. Contudo, não há uma resposta única e possa ser aplicada a todos os investidores.

Afinal, a decisão de investir em um fundo de tijolo depende do perfil e dos objetivos de cada investidor. Por ser uma alternativa que faz parte da renda variável, é preciso ter um maior apetite aos riscos — uma vez que a variação de preços das cotas pode causar prejuízos.

Por outro lado, sendo um tipo de investimento que pode pagar dividendos mensalmente, ele tende a agradar a quem busca o recebimento de renda passiva no mercado. De todo o modo, é válido lembrar que a distribuição desse provento depende da obtenção de lucros pelo fundo.

Depois de conferir essas informações, você conheceu o conceito e o funcionamento dos fundos de tijolo. Caso queira investir nessa alternativa, não se esqueça de avaliar a lâmina do fundo e verificar se as características do FII estão alinhadas ao seu perfil e objetivos.

Gostou deste conteúdo? Aproveite e confira também como funciona a carteira de dividendos e como montar a sua!