Correlação negativa e descorrelação: o que são e por que é importante conhecer esses conceitos?

Investir seus recursos no mercado financeiro exige atenção a diversos fatores para que seu portfólio tenha mais chances de atingir os resultados esperados. Nesse contexto, compreender os conceitos de correlação negativa e descorrelação é fundamental.

Eles se relacionam com o comportamento dos ativos no mercado financeiro, então considerá-los pode trazer vantagens para a sua estratégia de investimentos. Para isso, no entanto, vale a pena aprender mais sobre os termos e como utilizá-los ao compor sua carteira.

Então continue a leitura deste conteúdo para entender o que é correlação negativa e descorrelação, além da importância de compreender esses conceitos ao investir!

O que é correlação negativa?

A correlação é uma medida estatística que mede a interdependência linear de duas variáveis diante de um mesmo cenário. Ou seja, a correlação avalia como é o comportamento de um elemento em relação a outro.

Assim, a correlação pode ser:

  • positiva: ocorre quando as oscilações seguem na mesma direção;
  • negativa: se concretiza se as oscilações forem em direções opostas;
  • neutra ou zero: acontece quando não há um padrão.

Portanto, a correlação negativa é identificada quando dois investimentos apresentam uma movimentação oposta. Nesse quadro, enquanto um se valoriza, o outro sofre perdas — e vice-versa.

Vale destacar, ainda, que há diferentes níveis que podem ser identificados na relação entre os ativos. Essa característica é identificada pelo chamado coeficiente de correlação.

Uma correlação positiva é maior que zero e pode variar até 1, sendo que esse número significará a correlação perfeita. Isso significa que os movimentos são iguais. Já a correlação negativa fica abaixo de zero e pode chegar a -1. Nesse nível, o comportamento entre os ativos será totalmente oposto.

Para compreender melhor o tema, vale considerar um exemplo. No Brasil, é comum observar a correlação negativa entre o dólar e o Ibovespa, embora nem sempre ela se concretize. É por isso que, ao pesquisar notícias sobre o mercado financeiro, muitas vezes o fechamento do Ibovespa em alta é acompanhado pelo dólar em baixa — e vice-versa.

O que é descorrelação?

Sabendo o conceito de correlação, fica mais fácil compreender a descorrelação. Ela acontece quando não é possível determinar um nível de correlação entre os ativos — aqui, a correlação é zero. Então não há um padrão de comportamento identificado.

Na prática, ao investir em ativos descorrelacionados, eles podem ter comportamentos semelhantes ou opostos em diferentes momentos, pois não há uma relação ou dependência.

Qual é a importância desses fenômenos no mercado financeiro?

Os conceitos de correlação negativa e descorrelação têm um papel fundamental na diversificação da carteira de investimentos. Isso acontece porque essa estratégia exige realizar aportes em alternativas distintas, considerando diferentes mercados, classes, setores e riscos.

Logo, a ideia é ter ativos no portfólio que não se comportem da mesma maneira diante das movimentações do mercado financeiro, a fim de proteger o patrimônio. O motivo é simples: se todo o capital estiver concentrado em uma alternativa, ele será integralmente afetado pelo mesmo movimento.

Em momentos de alta do mercado, essa concentração pode até parecer vantajosa, já que todo o seu capital será beneficiado. Porém, em momentos de queda, os prejuízos podem ser expressivos. Por esse motivo, a diversificação se torna uma estratégia relevante para a proteção do portfólio.

Por outro lado, não basta apenas investir em diferentes alternativas — afinal, a carteira não deve estar exposta a apenas um tipo de risco ou condição do mercado. Durante o processo de investimento, considerar a correlação negativa e a descorrelação se tornam bastante relevantes.

Entenda os benefícios de avaliar esses conceitos ao investir!

Redução de riscos

Ao diversificar o portfólio, é essencial avaliar qual é a correlação entre os ativos a fim de buscar a maior efetividade da estratégia com o objetivo de reduzir os riscos. Ao investir em ativos com correlação negativa ou que sejam descorrelacionados, você protege mais o seu portfólio.

No primeiro caso, diante da queda de alguns investimentos da sua carteira, outros que apresentam o comportamento oposto tendem a se valorizar, possivelmente equilibrando resultados. No segundo caso, como a descorrelação não tem padrões de comportamento, existe a chance de ter desempenhos distintos.

Ademais, diversificar seus aportes observando esses conceitos reduz a volatilidade do portfólio, pois as oscilações de determinados ativos terão impactos menores. Contudo, ainda podem ocorrer perdas, tendo em vista que a estratégia não é capaz de eliminar por completo os riscos dos investimentos.

Aumento do potencial de retorno

Vale destacar que, diante de movimentos distintos no mercado, também há chances de aumentar o seu potencial de ganhos. Primeiramente, isso acontece pela redução de riscos, diante das menores chances de você assumir prejuízos.

Ainda, a estratégia permite aproveitar o potencial de crescimento e valorização de diferentes oportunidades. Isso acontece porque a carteira será composta por diferentes ativos que podem estar ligados a mercados e setores diversos.

Como usar esses conceitos para investir melhor?

Após saber a importância da correlação negativa e da descorrelação ao investir, é comum se perguntar como aplicar esses conceitos e otimizar os seus investimentos. Aqui, o ponto principal é fazer uma análise das alternativas.

O objetivo é compreender o comportamento delas no mercado para identificar o nível de correlação entre as oportunidades. A partir disso, você terá mais embasamento para tomar uma decisão, buscando selecionar ativos que tenham comportamentos opostos ou que não sejam relacionados na montagem do portfólio.

Nesse processo, não se esqueça de considerar fatores como o seu perfil de investidor e os objetivos financeiros. O primeiro ponto garante que você defina uma alocação de ativos alinhada com o seu nível de tolerância aos riscos do mercado.

Já os objetivos o ajudam a adequar as escolhas aos prazos desejados e necessidades de liquidez. Dessa maneira, você pode compor uma carteira que auxilie na conquista de diferentes metas, com um nível adequado de riscos e de maneira diversificada.

Entendendo os conceitos de correlação negativa e descorrelação, é fácil compreender a relevância deles nos investimentos. Agora que você aprendeu sobre o assunto, não se esqueça de considerar essas questões ao analisar os ativos e montar a sua estratégia no mercado financeiro.

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